segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Teste de Concentração

Abaixo há 3 perguntas, tens que
respondê-las  instantaneamente.
Responde imediatamente. OK?
Preparado?

Primeira pergunta:
Estás a participar numa corrida. Ultrapassas o segundo. Em que posição terminas ?

Segunda pergunta:
Se ultrapassas o último, em que posição chegas...?
 Vamos fazer uma última tentativa.
Por favor, não uses papel, caneta ou calculadora para resolver a esta pergunta! E lembra que tens que responder na tua mente e de maneira rápida.
Mas é para ser rápido! OK ?

Terceira pergunta:
Pensa no número 1000. Soma-lhe 40.
Acrescenta outros 1000.
Soma 30.
Mais 1000.
Agora 20.
Agora soma outros 1000.
Agora 10.
Qual é o total?

Respostas do Teste de Concentração

1a Resposta:
Se respondeste que chegas em primeiro, estás absolutamente enganado. Ultrapassaste o segundo e tomaste o seu lugar, portanto chegas em segunda posição.

2a Resposta
Se respondeste que chegas em penúltimo, não tens mais uma vez razão. Pensa um pouco... Como podes ultrapassar o último? Se tu estás atrás dele, ele não é o último. A pergunta é impossível.
3a Resposta
Deu 5000?
A resposta correta é 4100.
Agora já podes usar a calculadora...

      
       O presente texto tem a pretensão de provocar nos professores reflexão sobre a utilização dos weblogs na educação e na prática como diversos conteúdos e disciplinas, trabalhados em sala de aula, podem ser expandidos tanto em conhecimento quanto em número de estudantes e professores abrangidos quando se faz o uso da internet.
        Inquestionavelmente a escola não pode ficar alheia aos constantes avanços tecnológicos, pois estes fazem parte do dia a dia de nossos alunos. O uso das TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação) em sala de aula aproxima o estudante de sua realidade e torna as aulas mais atrativas.
        Maria de Fátima Franco apresenta o ponto de vista de Bull (2003): como os blogs possuem espaços limitados, os estudantes se sentem obrigados a sintetizarem seus textos, demonstrando seu pensamento tanto como leitores quanto escritores. Como características instrutivas de um blog ficam ressaltados a economia, comunicação interativa, o imediatismo e a participação ativa. Tais características podem ser muito válidas e pertinentes de serem trabalhadas no ambiente escolar, fazendo com que os blogs, flogs, webquests... sejam uma ferramenta pedagógica a mais que o educador pode lançar mão, visando a melhoria e aprimoramento do processo ensino-aprendizagem. Em Língua Portuguesa, por exemplo, Franco demonstra sua experiência com a construção de um weblog e a análise de uma história escolhida, A Fada Desempregada, o que a fizeram constatar grande participação dos alunos através de comentários, evidenciando estratégias linguísticas-cognitivas que demonstraram a complementação, a correção, a enfatização, a exemplificação, a justificativa, a paráfrase, a repetição e o resumo.
        Segundo Suzana Gutierrez o simples fato de comentar as postagens dos colegas aponta para a possibilidade do diálogo e da cooperação. “Os comentários são um espaço possível do diálogo que pressupõe a diferença e conserva as identidades dos que dialogam.”
        Do exposto pode-se concluir que muitos aspectos e características inerentes aos weblogs são favoráveis ao ambiente escolar. O professor não deve se sentir coagido ou com receio de experimentar as tecnologias educacionais informatizadas (TEI) em sala de aula, no entanto, é essencial que haja um bom planejamento das atividades a serem desenvolvidas e constante orientação aos alunos, para que estes não percam o foco desejado e assim os objetivos sejam realmente alcançados.
Xênia Dornelas

A Matemática do Brasileirão de 2009

O enigma dos camelos


Esta história tem um herói: um fictício matemático árabe chamado Beremiz Samir. Tudo se passa na época em que os matemáticos árabes eram os melhores do mundo, por volta do século X.
Nosso herói Beremiz viajava com um amigo pelo deserto, ambos montados em um único camelo, quando encontram três homens discutindo acaloradamente.
Eram três irmãos. Haviam recebido uma herança de 35 camelos do pai, sendo a metade para o mais velho, a terça parte para o irmão do meio e a nona parte para o irmão mais moço. O motivo da discussão era a dificuldade em dividir a herança:
O mais velho receberia a metade.
Acontece que a metade de 35 camelos corresponde a 17 camelos inteiros mais meio camelo!
O irmão do meio receberia a terça parte, ou seja, 35 dividido por 3, o que resulta em 11 camelos inteiros mais 2/3de camelo!
O caçula receberia a nona parte de 35 camelos, ou seja, 3 camelos inteiros e 8/9 de camelo!
Naturalmente, cortar camelos em partes para repartir a herança seria destruí-la. Ao mesmo tempo, nenhum irmão queria ceder a fração de camelos ao outro. Mas o sábio Beremiz resolveu o problema. Vejamos o que ele propôs:
- Encarrego-me de fazer com justiça essa divisão, se permitirem que eu junte aos 35 camelos da herança este belo animal que, em boa hora, aqui vos trouxe.
Os camelos agora são 36 e a divisão é fácil:
. o mais velho recebe: 1/2de 36 = 18
. o irmão do meio recebe: 1/3de 36 = 12
. o caçula recebe: 1/9 de 36 = 4
Os irmãos nada têm a reclamar. Cada um deles ganha mais do que receberia antes. Todos saem lucrando.
Todos lucraram? E nosso herói Beremiz que perdeu um camelo?
Ouçamos de novo nosso matemático:
- O primeiro dos irmãos recebeu 18, o segundo, 12 e o terceiro, 4. O total é 18 + 12 + 4 = 34 camelos. Sobram, 2 camelos. Um deles pertence a meu amigo. Foi emprestado a vocês para permitir a partilha da herança, mas agora pode ser devolvido. O outro camelo que sobra, fica para mim, por ter resolvido a contento de todos este complicado problema de herança.
Veja, colega, que intrigante mistério! Os três irmãos lucraram e Beremiz também! Como isso é possível? De onde surgiu o camelo "a mais"?
Antes de prosseguir a leitura, pense um pouco, releia a história, tente decifrar o mistério.
Agora, vamos à explicação. Ela é mais simples do que parece. Basta examinar a situação sob outro ponto de vista.
Consideremos como unidade (ou total) o conjunto dos camelos que seriam divididos e vejamos se a soma das frações determinadas pelo pai equivale a 1:

Conclusão: a herança estava mal dividida. Vejamos quantos camelos estavam incluídos na partilha inicial.

Chegamos à conclusão de que, na partilha inicial estavam incluídos somente 33 camelos e 1/18 de camelo.
Quantos camelos sobravam? Façamos a subtração:


Portanto, sobravam quase 2 camelos, ou seja:

É natural, então, que fosse possível dar um pouco mais a cada irmão e ainda restasse 1 camelo para pagar o hábil Beremiz.
O interessante problema que examinamos foi extraído de uma das obras do talentoso professor de Matemática e prolífico escritor brasileiro Júlio César de Mello e Souza, que escreveu mais de cem obras, muitas delas abordando o lado recreativo e histórico da Matemática.
Seu nome é, no entanto, pouco conhecido. A razão é que ele assinou a maioria de suas obras com o pseudônimo de Malba Tahan.

"O homem que calculava" é o livro mais famoso de Malba Tahan. Converteu-se em um clássico da recreação matemática e da literatura juvenil. Foi daí que retiramos o intrigante enigma dos 35 camelos, esperando que nossos leitores, percebendo o engenho e a arte do autor, venham a ler a narrativa integral das aventuras matemáticas de Beremiz Samir.

domingo, 30 de outubro de 2011

Pérolas




Curiosidades

Veja o que acontece se multiplicarmos 37 por múltiplos de 3:
3 x 37 = 111
6 x 37 = 222
9 x 37 = 333
12 x 37 = 444
15 x 37 = 555
18 x 37 = 666
21 x 37 = 777
24 x 37 = 888
27 x 37 = 999

Como funciona o quadro de medalhas nos Jogos Pan-Americanos?

O critério de classificação do quadro de medalhas nos Jogos Pan-Americanos obedece à mesma regra dos Jogos Olímpicos. A classificação se dá pelo total de medalhas de ouro, havendo empate fica na frente o país com mais medalhas de prata, persistindo o empate o país com mais medalhas de bronze fica na frente. Este é um sistema controverso porque se um país tiver muitas medalhas de prata e bronze e poucas de ouro pode ficar atrás de um país com poucas medalhas. Exemplo: O país A tem 2 medalhas de ouro, 20 de prata e 28 de bronze, totalizando 50 medalhas; o país B tem 3 medalhas de ouro, 1 de prata e 1 de bronze, totalizando 5 medalhas. Na classificação geral o país A aparecerá na frente, mesmo com apenas 10% do total de medalhas do país B, pois conseguiu 3 medalhas de ouro e o país B apenas 2.
Você acha justo esse critério ou considera que deveria ser concedidos pesos a cada medalha? Isso alteraria a classificação geral?

A Nova Geometria:

Nos últimos anos aconteceram investigações cujo tema central foi a construção e o estudo de entidades geométricas denominadas “Fractais”. Na constituição de nosso mundo, da natureza em geral, nos nossos oceanos, continentes, com suas costas, suas montanhas, plantas, animais, nas nuvens etc., temos componentes com suas formas nas quais dominam a irregularidade e o caos. Tentar simplificá-las, empregando formas usuais da clássica Geometria Euclidiana, como triângulos e círculos seria absurdamente inadequado. A Geometria Fractal pode fornecer aproximações para essas formas.
A idéia de explorar a Geometria Fractal deve-se ao fato de observarem-se as deficiências da Geometria Euclidiana para o estudo de formas da natureza, desde que é, em geral, apenas apropriada para formas do mundo oriundas do humano, como construções de casas, prédios, pontes, estradas, máquinas, etc. Os objetos naturais são com frequência mais complicadas e exigem uma geometria mais rica, que os modela com fractais.
A Geometria Fractal pode ser utilizada para descrever diversos fenômenos da natureza, onde não podem ser utilizadas as geometrias tradicionais. É o que Benoit Mandelbrot expressou muito bem na frase: “Nuvens não são esferas, montanhas não são cones, continentes não são círculos, um latido não é contínuo e nem um raio viaja em linha reta”.
O cientista Benoit Mandelbrot, nascido em 1924 é considerado o “pai dos fractais” e ao trabalhar na IBM pesquisou o problema enfrentado pela empresa em relação as suas linhas telefônicas que eram usadas para a transmissão de dados. Vez ou outra havia certos ruídos que causavam erro nos dados transmitidos. Quando Mandelbrot começou a analisar o problema, soube que os ruídos apesar de aleatórios, apresentavam características peculiares.
A intuição geométrica era uma de suas qualidades e logo associou a distribuição de erros a uma construção chamada Conjunto de Cantor, nome dado em homenagem ao matemático russo George Cantor (1845-1918). Ruy Madsen Barbosa apresenta essa construção no livro Descobrindo a Geometria Fractal para a Sala de aula. “Comece com uma linha de certo tamanho; tire o terço médio; tire o terço médio das duas linhas restantes; repita o processo várias vezes. O que sobra são finas linhas chamadas poeira de Cantor”.
Em uma tarde de inverno de 1975 Benoit Mandelbrot encontrou no dicionário de latim do filho pequeno um nome para a sua abstração. Escolheu o termo fractus, do verbo frangere (fraturar, quebrar), que depois se tornaria fractal. Um traço importante da vida daquele homem estava representado naquela expressão.
Segundo Ruy Madsen Barbosa, a ciência dos fractais apresenta estruturas geométricas de grande complexidade e beleza infinita, ligadas às formas da natureza, ao desenvolvimento da vida e à própria compreensão do universo. São imagens de objetos abstratos que possuem o caráter de onipresença por terem as características do todo infinitamente multiplicadas dentro de cada parte, escapando assim da compreensão em sua totalidade pela mente humana.
Lúcia Helena de Oliveira, na reportagem “Matemática do Delírio”, publicada pela Revista Super Interessante, apresentou de forma clara as três características básicas de um fractal:
Auto-similaridade: é a simetria através das escalas, ou seja, um objeto possui auto-similaridade se apresenta sempre o mesmo aspecto a qualquer escala em que seja observado. Se repararmos, todas as formas geométricas ortodoxas perdem a sua estrutura quando são ampliadas ou diminuídas. Um círculo numa escala muito maior não é nada mais do que uma reta, basta ter em mente que à apenas 500 anos se pensava que a Terra era plana. Isto acontece porque à escala humana não vemos mais do que ma linha reta no horizonte. No entanto a maior parte dos objetos com que lidamos no nosso dia-a-dia não é reta, nem esfera ou cone.
Dimensão Fracionária: segundo Euclides, matemático grego que viveu cerca de 2200 anos atrás, existem figuras que não têm dimensão, ou seja, têm dimensão 0. É o caso dos pontos, como este ponto final (.). Uma linha por sua vez, é algo com uma única dimensão. Já a capa de uma revista tem duas dimensões.  Pois, para conhecer qual a sua área, é necessário multiplicar o comprimento pela largura. Do mesmo modo, um bloco possui três dimensões, porque precisamos multiplicar três números (comprimento, largura e altura) para saber qual o seu volume. Euclides estava certo. Mas não resolveu todo o problema. Os contornos das montanhas, a superfície dos pulmões humanos, existe uma infinidade de fenômenos na natureza, que graças à sua irregularidade, não podem ser descritos pela geometria clássica. É preciso recorrer a complicados cálculos que resultam nas chamadas dimensões fracionárias – como a dimensão 0,5, por exemplo, típica de um objeto que é mais do que um simples ponto com dimensão zero, porém menos do que uma linha com dimensão um (o Conjunto de Cantor, por exemplo). Só a chamada Geometria dos Fractais consegue descrevê-lo.
Processo Iterativo: através de um processo relativamente simples, repetido, matematicamente falando, infinitas vezes chega-se a um resultado bastante complexo – o Fractal.
Distante do rigor e do formalismo matemático pode-se definir fractais, como nos ensinam alguns estudiosos da área: “objetos que apresentam auto-semelhança e complexidade infinita, ou seja, têm sempre cópias aproximadas de si mesmo em seu interior”. O conceito de fractal ainda tem muito a desejar. Entretanto, essa dificuldade não deve ser obstáculo na Educação, à qual pode simplesmente convir uma conceituação simples e de fácil compreensão e entendimento. Bastará considerarmos a auto-similaridade.
Ruy Madsen Barbosa, no livro Descobrindo a Geometria Fractal para a sala de aula, aborda a construção de vários fractais. Um bom modo de entender o conceito de fractal é através de um exemplo, como o tapete de Sierpinski, construído a partir de um quadrado compacto. No primeiro passo, divide-se o quadrado em nove outros e retira-se o do centro. No segundo, cada um dos quadrados restantes é dividido em nove, retirando-se de novo os quadrados centrais. Os passos seguintes repetem o mesmo processo. Cada parte do “tapete”, em um passo, é uma versão menor do conjunto no passo anterior. Nesse caso, a auto-similaridade é exata e se mantém em todas as escalas – isso define os chamados fractais matemáticos determinísticos. Olhando, por exemplo, para um tronco de uma árvore, verificamos que é extremamente rugoso e irregular. Se observarmos um pequeno pedaço desse tronco ao microscópio observamos novas rugosidades e irregularidades que antes não tínhamos observado. No entanto essa imagem assemelha-se bastante à anterior. É esta irregularidade regular que caracteriza um fractal. Como distinção dos determinísticos tais objetos são chamados fractais aleatórios.

A Geometria dos Fractais está intimamente ligada a uma nova ciência chamada Caos. As estruturas fragmentadas, extremamente belas e complexas dessa geometria, fornecem uma certa ordem ao Caos, buscando padrões dentro de um sistema por vezes aparentemente aleatório. Ambas, Geometria Fractal e Teoria do Caos, se desenvolveram principalmente pelo rápido aprimoramento das técnicas computacionais, a primeira teve e tem como poderoso propulsor o seu inegável apelo estético, daí sua entrada no domínio das artes, uma verdadeira galeria de fractais.
      É surpreendente o número de fractais presentes na natureza. Entender como se formam padrões fractais a partir de uma dinâmica de sistemas complexos ou de sistemas caóticos, em particular no caso de sistemas biológicos (vasos sangüíneos, árvore bronquial, estruturas dos neurônios, etc.) é um dos grandes desafios atuais da ciência.
     Ver e sentir o belo e apresentar um senso estético é talvez propriedade inerente a poucos temas da matemática, muitos são áridos ou desinteressantes. No entanto para a Geometria Fractal, faz-se necessário ao educador conseguir captar o educando com o transparecer de sua própria vibração e talvez evidenciando o êxtase na contemplação da beleza de seus visuais, conduzindo-o ao prazer pelas informações e conhecimentos culturais da vasta variedade de fractais.
Xênia Gouvêa Dornelas Henrique
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARBOSA, Ruy Madsen.  Descobrindo a Geometria Fractal para a sala de aula.  1.ed.  Belo Horizonte :  Autêntica, 2002.  144 p.
OLIVEIRA, Lúcia Helena.  A Matemática do delírio.  Super Interessante, São Paulo,  n.10, p. 22-7, out, 94.
BARCO, Luiz.  Dimensões Fracionárias geram os Fractais.  Super Interessante, São Paulo,  n.8, p. 52-3, ago, 92.
FURTADO, Fred.  Matemática contra Câncer.  Ciência Hoje, Rio de Janeiro, n.194, p. 12-6, jun, 03.
ENCONTRO MINEIRO DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA, 3, 2003, Belo Horizonte.  Anais...  Belo Horizonte : Sociedade Brasileira de Educação Matemática, 2003.
INTERNET: <http://www.coltec.ufmg.br/~clubedematematica>. Acesso em 05 jul. 2011.
_______: <http://www.fractarte.com.br>. Acesso em 05 jul. 2011.